Para garantir o sucesso da empresa que já tenha um Conselho Consultivo ou de Administração em funcionamento, bastaria somente que este órgão se mostrasse atuante e proativo? Será que somente estas qualidades seriam suficientes para garantir-lhe uma alta performance?
Um dos desafios do Conselho que apresenta expressivos resultados está exatamente em entender que a qualidade de seu funcionamento, ou seja, a dinâmica de suas reuniões, tem que ser acompanhada de outras ações que possam garantir uma melhoria gradual, porém contínua, da atuação de seus conselheiros como uma equipe coesa e alinhada.
E neste ponto destaca-se a necessidade da “medição periódica da performance dos conselheiros e do Conselho”, de modo a garantir que os resultados sejam bons e contínuos.
A cultura da avaliação dos conselhos e de seus conselheiros vem sendo absorvida com certa rapidez pelas organizações, mas a grande maioria ainda não a utiliza, por entender que esta representa uma despesa adicional e não um investimento, já que o resultado desta avaliação pode trazer diversos benefícios para o colegiado.
Tenho debatido bastante este tema em minhas mentorias e também com colegas Conselheiros experientes e todos eles concordam que, investir um bom tempo do Conselho com o objetivo de “nivelar” o conhecimento dos conselheiros e alinhá-los ao planejamento estratégico da empresa, pode representar uma melhoria significativa da dinâmica e da performance deste Conselho, sendo refletido positivamente na avaliação da performance do colegiado.
Na maioria das organizações, em especial nas sociedades empresárias familiares, existem conselheiros que representam sócios de núcleos familiares e estes, em alguns casos, não tiveram experiências executivas e apresentam um certo despreparo para a função. Isto não é um problema insanável. Aliás, situações como essa são mais comuns do que imaginamos, pois tais conselheiros são representantes de sócios/acionistas relevantes.
O Presidente do Conselho e os Conselheiros podem auxiliar o colega conselheiro no alinhamento e nivelamento do conhecimento sobre as operações da empresa. É um processo gradativo, mas será fundamental para o processo de avaliação do colegiado como um todo.
Nos conselhos em que atuei desde a sua instituição, sempre recomendei que os seus Presidentes convocassem todos os conselheiros, acompanhados de toda a diretoria, para conhecerem o “chão de fábrica” das empresas, desde a entrada da matéria prima até a distribuição e expedição. Esta prática pode ser adotada em qualquer ramo de atividade, inclusive para prestação de serviços.
O conhecimento adquirido acerca da atividade, incluindo o seu funcionamento organizacional, societário e em outras áreas de interesse, por todos os Conselheiros, será útil para melhorar a dinâmica das reuniões, otimizar as discussões técnicas e facilitar o processo deliberativo.
A tomada de decisões pelo Conselho de forma coerente e bem fundamentada trará benefícios significativos para os resultados da empresa e, por óbvio, a avaliação da qualidade e dinâmica do Conselho e de seus Conselheiros será positiva e demonstrará a maturidade do colegiado.
Texto: Marcos Leandro Pereira
Edição: Luiza Guimarães